RACE: raça e corrida
Sem uma palavra em nosso idioma que traduzisse o significado, o sentido duplo, do título da peça de David Mamet, optamos em utiliza-lo no original: RACE. Acreditamos não estar segmentando ou segregando ninguém, o fato é que RACE é corrida, mas também é raça
texto do programa
Não há nada que um branco possa falar a um negro sobre racismo sem que fique muito longe do que realmente significa viver nesta sociedade de lutas pelo poder cada vez maiores. O Poder sobre qualquer um que esteja inferiorizado na sociedade será impiedoso, sejamos negros, judeus, homossexuais, ou qualquer tipo de "minoria vulnerável”.
Mamet coloca conceitos que são verdadeiras facadas em quem pensa e se pretende minimamente digno e justo... não é o fato de você estar casado com uma negra que você não é racista. Nesses curtos dois meses de ensaio tivemos que nos confrontar com nossos conceitos e verificar como estamos perante este poder, se exercemos, se reconhecemos... um dos maiores absurdos que muitos brasileiros insistem em falar por aí é que vivemos num país miscigenado e que somos muito “bacanas”… que somos democráticos em relação às raças, e toda essa baboseira que brancos ricos teimam em querer defender.
Esse tipo de branco que defende a igualdade nas ofensas racistas... "se você me chamar de branquelo eu vou me ofender também!" como se sua raça fosse perseguida e chicoteada por anos a fio.
Os brancos nem chegaram perto de perceber o que sente uma criança negra, nos seus primeiros anos de escola, quando só enchergam nos livros de historia imagens de seus antepassados presos em troncos, em senzalas... não, o homem branco não sabe o que é isso.