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"Um elenco que compra o esqueleto da montagem e dá corpo ao sentimento de uma direção autoral e super-obcecada.
Gustavo Paso vive uma das mais corajosas revisões da própria obra.
(...) a elegância técnica de boa parte do elenco, sobretudo nas figuras de Clara Carvalho, Marcelo Várzea e Fausto Franco, que surge é uma proposta de jogo integral – e parece brilhante vermos como a afinação entre a linguagem dos e das intérpretes, no caso do teatro, se mostra capaz de encontrar a última filigrana simbólica e comunicacional sugerida pela direção (...)
Parece muito peculiar o que sugere Paso nesta montagem. Singular e autoral, cumprindo a sua epigenia no teatro, o diretor cria uma comédia de tipos e é assim que o trabalho soa de modo geral.
De Perto Ninguém É Normal aparece também como uma espécie de revisão ao teatro popular – e nem por isso nos rouba o sabor ou a catarse do formato.
O magnetismo visual e a forma como as personagens cabem nas marcas, e os melhores momentos da dramaturgia, colorem com potente assinatura uma obra que, certamente, pelas mãos de outro criador, como tanto se vê, poderia soar como genérica ou excessivamente prática e buscadora de artifícios reconhecidos (...)
(...) vale destacarmos uma qualidade presente tanto na encenação quanto nas melhores interpretações.
O texto, cujos melhores expedientes se dão entre o vaudeville de uma peça que não começa A ótima metalinguagem capaz de envolver tal condição, é bastante bem arquitetado (...)"